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O percurso da faculdade de direito até ao tribunal não é um caminho linear. Está repleto de desafios, reviravoltas inesperadas e experiências gratificantes que moldam a identidade profissional de um advogado. A minha carreira jurídica tem sido uma história em evolução, desde a decisão inicial de seguir a advocacia até à navegação pelas complexidades da prática jurídica. Neste artigo, irei partilhar os passos que me levaram até onde estou hoje, as lições aprendidas ao longo do caminho e os momentos que definiram o meu percurso na advocacia.

A decisão de procurar a lei


Como muitos aspirantes a advogado, senti-me atraído pelo direito porque queria ajudar os outros e trabalhar numa área onde o rigor intelectual se encontra com a resolução prática de problemas. No entanto, a minha decisão de estudar Direito não foi tão imediata como se poderia imaginar. Evoluiu ao longo do tempo, influenciado pelos meus interesses académicos, experiências pessoais e desejo de causar um impacto significativo.

Enquanto crescia, sempre me intrigou a forma como as leis moldavam a sociedade. Tinha um profundo interesse pela história e pelos estudos sociais e muitas vezes fiquei fascinado pela forma como os quadros jurídicos podiam criar equidade, justiça ou, por vezes, desigualdade. Embora não soubesse exatamente que tipo de Direito queria exercer, tinha a certeza de que a faculdade de Direito oferecia uma plataforma para o crescimento intelectual e a oportunidade de ser um defensor dos necessitados.

Navegando na Faculdade de Direito: a base da minha formação jurídica


A faculdade de Direito é frequentemente descrita como uma experiência transformadora. É um ambiente que exige dedicação, disciplina e curiosidade intelectual. Para mim, a faculdade de Direito foi um período de intensa aprendizagem e crescimento, tanto a nível académico como pessoal. O primeiro ano, vulgarmente designado por “ano 1L”, foi o mais desafiante.

Durante o meu primeiro ano, fui exposto aos assuntos centrais que constituem a base da prática jurídica: direito constitucional, responsabilidade civil, contratos, processo civil e redação jurídica. A ênfase estava no pensamento analítico, no raciocínio crítico e na aprendizagem de como dissecar questões complexas. Por vezes, a carga de trabalho era esmagadora e parecia que havia sempre mais para estudar do que tinha tempo. No entanto, a natureza rigorosa da faculdade de direito ensinou-me a gerir o meu tempo, a pensar estrategicamente e a comunicar eficazmente sob pressão.

Para além da experiência em sala de aula, a faculdade de Direito ofereceu uma variedade de oportunidades extracurriculares que moldaram a minha carreira jurídica. Juntei-me à equipa do tribunal simulado, onde adquiri competências valiosas em argumentação oral e escrita persuasiva. Foi também nesta altura que comecei a fazer networking com professores, a participar em conferências jurídicas e a estabelecer relações com advogados em exercício. Estas ligações seriam essenciais na minha carreira posterior, proporcionando orientação e abrindo portas a oportunidades de emprego.

O primeiro emprego: estágios jurídicos e estágios


A transição da faculdade de direito para a prática jurídica é crítica. Para muitos estudantes, garantir estágios ou estágios durante a faculdade de direito é essencial para ganhar experiência prática e compreender como é realmente a profissão jurídica. Tive a sorte de conseguir um estágio de verão num escritório de advogados respeitado durante o meu segundo ano. Esta oportunidade foi transformadora em termos de compreensão das realidades quotidianas da prática jurídica e das complexidades de trabalhar em casos reais.

Tive também a oportunidade de observar testemunhos e participar em reuniões com clientes. Estas experiências deram-me uma noção do que é necessário para construir um caso e de como os advogados elaboram estratégias para alcançar resultados favoráveis ​​para os seus clientes. Embora ainda não participasse em julgamentos em tribunais, aprendi muito sobre o trabalho nos bastidores que é essencial para o sucesso em litígios.

Para além do estágio num escritório de advogados, passei um verão como escriturário de um juiz num tribunal local. Esta posição deu-me uma visão em primeira mão de como funciona o processo judicial. Observei como os juízes tomam decisões, administram os seus sumários e interagem com os advogados no tribunal. Também auxiliei o juiz na pesquisa jurídica e elaborei memorandos sobre diversos casos. Esta experiência foi preciosa porque me permitiu ver o sistema jurídico na perspetiva de quem toma decisões.

Ambos os estágios me proporcionaram uma riqueza de conhecimentos e confirmaram que estava no caminho certo para uma carreira em contencioso. Permitiram-me também começar a construir a minha rede profissional, uma componente crucial para o sucesso na área jurídica. Quando me formei na faculdade de Direito, tinha um conhecimento sólido da prática jurídica e uma noção mais clara dos meus objetivos profissionais futuros.

Transição para a prática a tempo inteiro: o primeiro caso


Após a faculdade de direito, comecei a trabalhar como advogado associado num pequeno, mas respeitável, escritório especializado em contencioso civil. Tive a sorte de ser contratado por uma equipa de advogados experientes que estavam dispostos a orientar-me e a proporcionar-me a experiência prática de que precisava para crescer como advogado de defesa. O meu primeiro ano como associado foi repleto de oportunidades de aprendizagem, desde a elaboração de moções e pedidos de descoberta até à comparência em tribunalaudiências e depoimentos.

O primeiro caso significativo em que trabalhei envolveu uma ação judicial por danos pessoais em que o cliente tinha sido gravemente ferido num acidente de trabalho. Fui responsável por conduzir a descoberta, preparar documentos para julgamentos e auxiliar nos depoimentos. Embora ainda não estivesse a tratar do caso sozinho, estive envolvido em todas as etapas da preparação e trabalhei em estreita colaboração com advogados seniores para desenvolver uma estratégia.

Uma das lições mais valiosas que aprendi desde cedo foi a importância da preparação. Em litígios, o sucesso depende muitas vezes de ser minucioso e organizado. Isto é verdade não só para a investigação jurídica e a jurisprudência, mas também para a compreensão dos factos, a revisão dos depoimentos e a antecipação dos argumentos da parte contrária. Passei inúmeras horas a preparar-me para o julgamento e, quando finalmente chegou o dia, estava no tribunal a observar a estratégia de julgamento do advogado sénior e a aprender como apresentar um caso de forma convincente.

Embora ainda não fosse o advogado principal, estar envolvido nesse primeiro julgamento deu-me confiança para avançar com os meus casos. Também me ensinou a trabalhar sob pressão e a gerir os desafios emocionais e estratégicos que acompanham os casos de litígio. À medida que fui ganhando experiência, assumi mais responsabilidades, acabando por lidar com casos de forma independente e representando clientes em questões civis e criminais.
O futuro: continuar a crescer como litigante

Olhando para trás, para a minha carreira jurídica, vejo o quão longe progredi desde os meus primeiros dias na faculdade de Direito. Cada passo – desde a decisão de me tornar advogado até enfrentar os desafios da prática jurídica – moldou a minha compreensão da lei e o meu papel como advogado. Hoje, concentro-me principalmente em trabalhos judiciais, representando clientes em contencioso civil e tratando de casos complexos em diversas áreas do direito.

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